domingo, 22 de noviembre de 2009

Carta Agroecológica de Curitiba 2009

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Recientemente se celebró en la ciudad de Curitiba (Brasil) el segundo congreso de la Sociedad Científica Latinoamericana de Agroecología (SOCLA) y el sexto congreso de la Asociación Brasilera de Agroecología (ABA). El evento fue masivo, contó con la participación de casi 4000 personas, entre los que se contaban miembros de la Vía Campesina Internacional, MST, MPA, MAELA, RAPAL, etc. También contó con una abrumadora participación de estudiantes, profesores e investigadores.


Este estremecedor congreso mostró elocuentemente como ha avanzado la propuesta de la Agroecología en el continente e indudablemente representa un poderoso estímulo para todos los que nos encontramos trabajando en esta dirección. Como uno de los productos de este evento, se elaboró la Carta Agroecológica de Curitiba 2009, documento que intenta capturar el espíritu e ideas imperantes en el evento. A continuación, transcribimos (en portugués) la Carta Agroecológica de Curitiba 2009:


Carta Agroecológica de Curitiba 2009
VI Congresso Brasileiro de Agroecologia e
II Congresso Latino-americano de Agroecologia

Os cerca de 3.800 participantes inscritos no VI Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-americano de Agroecologia, reunidos em Curitiba (PR), Brasil, no período de 9 a 12 novembro de 2009, tendo como tema central “Agricultura familiar e Camponesa: experiências passadas e presentes construindo um futuro sustentável” vêm através da presente afirmar o que segue:

A agricultura latino-americana e brasileira passam por uma crise sem precedentes caracterizada por níveis recordes de pobreza rural, fome, migração, degradação ambiental, intensificada pelas mudanças climáticas e as crises energética e financeira. O modelo agrícola industrial exportador e a expansão de monocultivos de transgênicos e de agrocombustíveis e do uso intensivo de agrotóxicos são diretamente responsáveis por essa crise. Está claro que esse modelo convencional é inviável e que a Agroecologia fornece as bases científicas e metodológicas para as estratégias de transição a um novo paradigma de desenvolvimento. A base cultural, social e produtiva desse novo paradigma está, especialmente na agricultura familiar camponesa, fonte fundamental de saber agrícola tradicional, de agrobiodiversidade e de estratégias de segurança e soberania alimentar.

Considerando o acima exposto, reafirmamos:

1. O papel da Agroecologia para a mudança de paradigma de desenvolvimento capaz de construir uma agricultura biodiversa, de base familiar camponesa e resiliente às mudanças climáticas;

2. O compromisso da Agroecologia em transformar essa realidade de iniqüidade do campo, promovendo o desenvolvimento rural e a construção de um mundo mais justo, solidário e ambientalmente sustentável;

3. A importância da adoção do enfoque científico da Agroecologia, cuja base epistemológica pressupõe o intercâmbio dos saberes técnicocientífico e popular;

4. O reconhecimento da importância da agricultura familiar camponesa e dos saberes dos povos indígenas e tradicionais para assegurar o fortalecimento do tecido social e da identidade cultural dos povos latinoamericanos, incluindo o acesso a terra, sementes e água e o direito à segurança e soberania alimentar;

5. A necessidade de reconhecimento dos saberes e experiências das mulheres nas suas práticas ligadas à reprodução da vida: segurança e soberania alimentar, saúde, manutenção e conservação da agrobiodiversidade. Que suas reivindicações e demandas sejam valorizadas por extensionistas, pesquisadores, gestores e lideranças;

6. A importância de contemplar o tema das relações de gênero, evidenciando a necessidade de valorizar as contribuições das mulheres e as questões que dificultam a sua participação como sujeitos plenos de direitos, entre elas, a violência cotidiana enfrentada pelas agricultoras;

7. A importância do I Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia (I ENGA) realizado durante o congresso, onde se reuniram mais de 40 Grupos de Agroecologia (GA’s) de várias localidades do Brasil, com ou sem vínculo acadêmico, contando com mais de 500 participantes de executivas de curso (Federação dos estudantes de Agronomia do Brasil, Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal e Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia), da Via Campesina e da Rede de Arte Planetária (RAP). Durante o encontro colocaram em prática princípios da Agroecologia como bioconstruções, sanitários ecológicos, feiras de trocas, oficinas, debates, entre outros e cumpriram com seus objetivos: construção de uma Rede entre os GA’s proporcionando espaços de intercâmbio entre os diversos participantes;

8. O nosso apoio às estratégias de educação em Agroecologia em todos os níveis, bem como a produção científica e tecnológica e os respectivos meios de disseminação, para fortalecer o diálogo com o conjunto dos conhecimentos necessários à construção do conhecimento agroecológico e a formação de uma massa crítica capaz de enfrentar os desafios do futuro;

9. Que se deve ampliar as políticas públicas e as estratégias de pesquisa, de extensão e de desenvolvimento científico e tecnológico de promoção dos princípios da Agroecologia, incluindo-os como referência teórica e metodológica nas instituições, valorizando e respeitando as singularidades territoriais, promovendo a cidadania e o desenvolvimento rural sustentável;

10.A necessidade de fortalecer e ampliar os mecanismos de interação, intercâmbio e cooperação da ABA e da SOCLA com instituições da sociedade civil organizada, com vistas às atividades de produção, ensino, pesquisa, extensão e construção do conhecimento agroecológico, em consonância com as demandas emergentes de estratégias de adaptação às mudanças climáticas, uso sustentável dos recursos energéticos e hídricos e manutenção da biodiversidade;

11.Que deve ser incrementada a inserção da ABA e da SOCLA nos diversos fóruns de discussão das políticas públicas sobre as grandes questões de interesse da sociedade, tais como estratégias de desenvolvimento, biossegurança, segurança e soberania alimentar, reforma agrária, etc;

12.A necessidade de incrementar os investimentos públicos em programas e projetos de apoio à transição agroecológica, à agricultura urbana e à agricultura familiar camponesa;

13.O imperativo de fortalecer as estratégias agroecológicas para a construção de uma matriz energética sustentável, ancorada em energias eólicas, hidroelétricas de pequeno porte, solar e biomassa, alternativa à atual matriz que tem como base o uso do petróleo, para o fortalecimento da agricultura familiar camponesa, evitando a expansão dos agrocombustíveis que substituem a produção de alimentos e comprometem biomas e populações locais;

14.Que é fundamental para a humanidade manter os centros de origem das espécies cultivadas livres de organismos transgênicos e impedir o patenteamento dos recursos genéticos que permitem o livre intercâmbio de sementes;

15.Que protestamos veementemente contra o julgamento de valores por parte de membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e da Advocacia Geral da União (AGU) afirmados na ação civil pública no 2009.70.00.021057-7/PR e que negam o papel histórico dos agricultores no manejo, melhoramento e conservação da agrobiodiversidade;

16.Que exigimos ao CNS retratação imediata do desacato provocado pela CTNBio/MCT e AGU aos agricultores, em particular, à agricultura familiar;

17.Que somos contra práticas agrícolas, tecnologias, políticas públicas e empresas multinacionais da indústria agroalimentar que comprometem a proteção ambiental, favorecem a desigualdade sócio-econômica, atentam contra a segurança e soberania alimentar, a saúde e a vida; especialmente no que se refere aos transgênicos e aos agrotóxicos;

18.O nosso repúdio às ações da bancada ruralista no Congresso Nacional para a alteração da legislação ambiental que protege os diferentes biomas;

19.Que os participantes do evento destacam sua motivação em compartilhar experiências, debater e, sobretudo, sua disposição para o diálogo entre as ciências e as organizações da sociedade, a colaboração para construir caminhos agroecológicos que permitam cultivar e construir um mundo onde todos possam viver como ensina a vida:

Sem impor nem homogeneizar,
mas
multiplicar a biodiversidade de seres e culturas,
com verdadeiro amor pela
sabedoria de nossos povos
(Felipe Iñiguez, MAELA).

Curitiba, 12 de novembro de 2009.

Assinam os cerca de 3.800 participantes inscritos no VI Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-americano de Agroecologia.

jueves, 19 de noviembre de 2009

Monte Culebra

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Monte Culebra es un excelente documental realizado por el Colectivo de Comunicación Malojillo. El documental muestra de forma clara y elocuente las particularidades de la lucha por la agricultura sustentable en Venezuela. Para lograr esto, los autores se valen de un conjunto de entrevistas realizadas a algunas de las figuras claves del movimiento agroecológico venezolano.


El nombre del documental hace referencia al refrán criollo según el cual, “mas allá de Caracas, en Venezuela todo es monte y culebra”. Esta expresión revela mucho sobre la idiosincrasia de nosotros los venezolanos urbanos. Es sin lugar a dudas, un producto de la Venezuela citadina, que la riqueza petrolera generó. Venezuela que rápidamente olvidó y renegó de sus orígenes agrícolas. Esta situación explica por que nuestro país, es sin lugar a dudas el menos rural de los países latinoamericanos.

Estas particularidades nos permiten entender por que ha sido históricamente tan difícil la lucha por la Agroecología en Venezuela. El documental hace visible los heroicos esfuerzos, que colectivos e individualidades han desarrollado durante décadas en nuestro país. Luchas que durante mucho tiempo fueron consideradas quijotescas, pero que ahora rinden importantes frutos. Nos damos cuenta como estos compañeros, pioneros, fueron clarividentes y se adelantaron en el tiempo, trazando el camino que hoy recorremos. Sin sus esfuerzos y luchas, sería imposible realizar lo que hoy hacemos.

Este reconocimiento a los pioneros de la Agroecología, es tal vez la mayor de las virtudes de este documental. Es indispensable valorar y proteger lo que nos han hecho creer que no existe. Solo sobre esta base lograremos avanzar realmente en nuestros objetivos. Por esta razón agradecemos enormemente el trabajo realizado por los compañeros del Colectivo de Comunicación Malojillo e invitamos a todos a divulgar este trabajo.

Siembra Agroecológica en El Ávila


Amigos, ahora no solo estamos cosechando alimentos sanos, seguros y soberanos…también estamos cosechando noticias. Noticias que informan a la colectividad de nuestros esfuerzos y que muestran que otra agricultura es posible.

La valiosa compañera Jazmín Zorrilla ha escrito un lindo artículo sobre el Proyecto Agroecológico Camino de los Españoles. Este artículo debe ser motivo de orgullo para todos los que de alguna manera estamos relacionados con este sueño, sueño que con mucho esfuerzo y dedicación cada día se hace realidad.

El artículo puede ser leído directamente del periódico haciendo CLICK AQUÍ.

Felicitaciones!!!

Diego.

martes, 17 de noviembre de 2009

1000 millones de personas...

1000 millones de personas sufren de hambre crónica. Mientras ves este video, dos niños mueren de hambre.



Si consideras que esta situación es inaceptable, súmate a la petición haciendo click en el siguiente vinculo.

miércoles, 4 de noviembre de 2009

Libertad de investigación


La prestigiosa revista de ciencia NATURE (por muchos considerada como la revista mas importante en su tipo en el mundo), ha publicado recientemente un artículo que todos debemos leer. El artículo aborda el oscuro tema del poder que las transnacionales tienen sobre la investigación universitaria. En particular se muestra como estas compañías pueden impedir, y lo han hecho, que se conduzcan ciertos tipos de investigaciones sobre sus productos, particularmente sobre los cultivos transgénicos.

Todos los que hacemos parte del mundo de la ciencia sabemos lo importante que es poder realizar investigaciones libremente. Esto se hace doblemente importante cuando estas investigaciones pueden ayudar a prevenir problemas de salud pública o ecológicos. Los estudios independientes son indispensables para poder evaluar un producto antes de que este entre en el mercado. Este es el único mecanismo real de control con el que cuenta la sociedad. Sin embargo, en el artículo publicado en NATURE, se muestra como las transnacionales del agronegocio coartan la libre investigación. Es evidente que algo que huele muy mal en esta actitud, no en balde reza el dicho: el que no la debe, no la teme.

La reiterada obstrucción a la libre investigación es inaceptable, como científicos y como sociedad debemos exigir que esta situación cambie. La actitud de las empresas ante el libre escrutinio de subproductos, es en si misma una razón para invocar el principio de precaución. Finalmente, les recomiendo enfáticamente que se tomen el tiempo y lean el articulo de NATURE, este puede ser descargado (en inglés) haciendo click en el siguiente vinculo: http://bit.ly/43CunK

lunes, 2 de noviembre de 2009

Nuestro estomago…¿un nuevo frente en la lucha?

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Joao Pedro Stedile, portavoz emblemático del MST y de La Vía Campesina ha escrito esta semana un muy interesante artículo de opinión. En el artículo, Stedile se dirige a los consumidores, sector al que (a diferencia de otras latitudes) rara vez se busca abordar en la lucha por la agricultura sustentable en Latinoamérica.

Stedile muestra de manera clara, como el poder que el modelo del agronegocio ha puesto en las transnacionales, termina afectando la salud de los consumidores: agrotóxicos en su estómago, en palabras del propio Stedile. Ese es, efectivamente, un interesante campo de lucha, en el cual, tal vez se nos unan un nuevo y necesario grupo de aliados. A continuación les transcribo el artículo de Stedile:

Agrotóxicos en su estómago

29 de octubre de 2009 - Joao Pedro Stedile

Los ricos saben de lo que estamos hablando y tratan de consumir apenas productos orgánicos. Y usted precisa decidirse. ¿De qué lado está?

Los portavoces de la gran propiedad y de las empresas trasnacionales están muy bien pagados para poder defender, hablar y escribir, todos los días, que en Brasil ya no hay más problemas agrarios. Por fin, la gran propiedad está produciendo mucho más y teniendo más beneficios. Por tanto, el latifundio ya no es un problema para la sociedad brasileña. ¿Será verdad?

Tampoco voy a abordar el tema de la injusticia social de la concentración de la propiedad de la tierra, que hace que apenas un 2%, o sea, 50.000 terratenientes, sean dueños de la mitad de toda nuestra naturaleza, mientras que tenemos 4 millones de familias sin derecho a ella.

Voy a hablar de las consecuencias para usted que habita en la ciudad, de la adopción del modelo agrícola del agro negocio. El agro negocio es la producción en gran escala, en monocultivos, empleando muchos agrotóxicos y maquinaria. Usan venenos para eliminar las otras plantas y no contratar mano de obra. Con ello, destruyen la biodiversidad, alteran el clima y expulsan cada vez más familias de trabajadores rurales.

En la cosecha pasada, las empresas transnacionales, y son pocas (Basf, Bayer, Monsanto, Du Pont, Sygenta, Bungue, Shell química…), celebraron que Brasil se transformó en el mayor consumidor mundial de venenos agrícolas. ¡Fueron vertidos 713 millones de toneladas! Una media de 3.700 kilos por cada brasileño. Estos venenos son de origen químico y permanecen en la naturaleza. Degradan el suelo. Contaminan las aguas. Y sobre todo se acumulan en los alimentos. Los cultivos que más usan venenos son: caña de azúcar, soja, arroz, maíz, tabaco, tomate, patata, uva, fresas y hortalizas. Todo esto dejará residuos en su estómago. Y en su organismo afectan a las células y algún día pueden transformarse en cáncer.

Pregunten a los científicos de nuestro Instituto Nacional del Cáncer, centro de referencia de la investigación nacional, ¿cuál es el principal origen del cáncer después del tabaco?

La Anvisa (Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria, de Brasil) denunció que existen en el mercado más de veinte productos agrícolas no recomendables para la salud humana. Pero nadie coloca un aviso en los rótulos de los alimentos, ni los retira de las estanterías. Antiguamente era permitido que la soja y el aceite de soja tuviesen apenas 0,2 mg/kg de residuos del veneno glifosato, para no afectar a la salud. De repente, la Anvisa autorizó que los productos derivados de la soja pudiesen tener hasta 10,0 mg/kg de glifosato, 50 veces más. Ello ocurrió ciertamente por presión de la Monsanto, pues el residuo del glifosato aumentó con la soja transgénica de su propiedad. Eso mismo está aconteciendo ahora con los derivados del maíz. Después que fue aprobado el cultivo de maíz transgénico, lo que aumenta el uso de venenos, quieren ampliar la posibilidad de residuos del 0,1 mg/kg permitido actualmente para 1,0 mg/kg.

Existen otros muchos ejemplos de las consecuencias de los agrotóxicos. El doctor Vanderley Pignati, investigador de la UFMT (Universidad Federal de Mato Groso, Brasil), reveló en sus pesquisas que en los municipios que tienen gran producción de soja y uso intensivo de venenos los índices de abortos y malformaciones de fetos son cuatro veces mayores que la media del Estado.

Nosotros hemos defendido que es preciso valorizar la agricultura familiar, campesina, que es la única que puede producir sin venenos y de manera diversificada. El agro negocio, para tener escala y grandes beneficios, solo consigue producir con venenos y expulsando a los trabajadores hacia las ciudades.

Y usted paga la cuenta, con el aumento del éxodo rural, de las "favelas" y con el aumento de la incidencia del veneno en su alimento.

Por eso defender la agricultura familiar y la reforma agraria, que es una forma de producir alimentos sanos, es una cuestión nacional, de toda la sociedad. No es más un problema de los sin tierra. Y es por eso que cada vez que el MST y Vía Campesina se movilizan contra el agro negocio, las empresas transnacionales, sus vehículos de comunicación y sus diputados y senadores, nos atacan tanto. Porque están en disputa dos modelos de producción. Está en disputa a qué intereses debe de atender la producción agrícola: ¿tan solo el beneficio o la salud y el bienestar de la población? Los ricos saben de lo que estamos hablando y tratan de consumir apenas productos orgánicos. Y usted precisa decidirse. ¿De qué lado está? [